O novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU acende o “código vermelho” sobre a urgência em reduzir as emissões de gases do efeito estufa para frear o aquecimento global. O documento divulgado na segunda (9) atesta, com base na ciência, aquilo que já percebemos na prática. O nosso planeta clama por socorro e esse apelo se revela em ondas de calor cada vez mais extremas, a ponto de degelar todo o Ártico, além de secas e inundações. Para se ter uma ideia, os últimos cinco anos foram os mais quentes já registrados desde 1850 e a recente taxa de aumento do nível do mar quase triplicou em comparação ao período 1901-1971.
A boa notícia é que há esperança, minha gente! Da mesma forma que a influência humana aqueceu a atmosfera, os oceanos e a Terra, cabe a nós revertermos esse processo. É o que temos buscado com afinco no Recife através de uma agenda ambiental ampla. As atividades seguem o nosso Plano Local de Ação Climática, construído em parceria com o ICLEI, e inclui compromissos como o Race to Zero, para zerar a emissão de carbono até 2050, e o MCR 2030, que prevê ações de adaptação e redução de riscos para tornar a cidade mais resiliente às chuvas, por exemplo. Também temos expandido a malha cicloviária, espaços para pedestres e áreas verdes, investindo no conceito de cidade-parque, com o nosso Parque Capibaribe.
Longe do alarmismo, o recado dos cientistas é para combinarmos forças agora, a fim de evitarmos a catástrofe climática. Não há tempo a perder e a COP26, em novembro, será a grande oportunidade de apresentarmos os avanços e ratificar nossos compromissos. De acordo com o relatório das Nações Unidas, se pudermos cortar as emissões globais de CO2 pela metade até 2030 e chegar a zero em meados deste século, poderemos interromper e reverter o aumento de temperaturas.
Para isso, é preciso atuar cada vez mais em rede. Como embaixadora para a América do Sul da Cities Climate Leadership Alliance, trabalho justamente para reunir projetos comuns e estimular políticas públicas na região, no sentido de catalisá-las através da submissão a fontes de financiamento climático globais presentes na Aliança. Isso consciente de que, somente juntas e juntos, poderemos fazer do nosso planeta um lugar seguro e acolhedor para todas e todos.