Por que tememos tanto caminhar os caminhos que vão se abrindo e se construindo no nosso dia a dia? Por que nos permitimos ser reféns de algo que nem sabemos o que pode nos proporcionar? Reféns da própria sorte enquanto deveríamos ser senhoras/senhores do nosso próprio caminhar.
Pois é, sabemos que o medo pode ser um grande aliado nos momentos de defesa e zelo consigo próprio e com os que estão em nosso entorno. Ele é importante e necessário na manutenção da vida terrena e nós sabemos disso. Mas a questão que me faz pensar e avaliar na minha própria história é que muitas vezes ele não se restringe apenas a manutenção da vida e sai desenfreado invadindo espaços que me tolhem e me limitam, tornando-me refém de uma sorte que eu preferiria controlar e escolher.
Não falo aqui dos fatos inesperados que surgem no meu caminho e que vem para me fazer RE-CALCULAR toda a rota que tenho pensado estar certa e acabada. Falo aqui de quando tantas e tantas vezes sou paralisada por não conseguir avançar e continuar ou simplesmente recomeçar. Vixe! E como isso me provoca a refletir e reavaliar os rumos que tenho permitido caminhar a minha vida.
Pois então, fica uma reflexão para mim, para você e para nós: tenho pautado minha vida no medo ou crença e confiança de que rotas recalculadas não são motivos para desespero ou para manter-me agarrada a borda da piscina.
Rotas recalculadas são para me confirmar de que a vida não se dá num trilho de um trem que faz sempre o mesmo percurso e que segue passando pelos mesmos lugares. A ROTA DA VIDA se dá por um caminho que terão momentos de luz e de trevas, caminhos de alegrias e de choros, caminhos de certezas e incertezas e que o mais gratificante da liberdade de viver esta jornada são as inesperadas surpresas e que se apresentarão a quem permitir soltar a borda e nadar nas águas nem sempre seguras da vida.